domingo, 11 de julho de 2010

ACORDOS & ALIANÇA

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Mercosul em 2004

Foto oficial histórica de Presidentes do Novo Mercosul, incluindo México,
Venezuela e Equador. XXVI Reunião da Cúpula dos Chefes de Estado
do
Mercosul , em Puerto Iguazú, Argentina - 8 de julho de 2004.
(Foto Marcello Casal Jr. - Agência Brasil - 41611)



INTRODUÇÃO

O BRASIL NA ERA LULA


PAÍSES BALEIAS - GRUPO BRIC


SUL-SUL-SUL


ORIENTE MÉDIO


MERCOSUL


UNIÃO EUROPÉIA


OUTROS ACORDOS



INTRODUÇÃO


O mundo sempre esteve dividido em grupos, polarizado, sempre com o pano de fundo das questões comerciais e de acesso a mercados. Portanto, os acordos & alianças comerciais e econômicos são uma tradição da humanidade.



Na época do
Império Romano (2) (3) (Mapa) já havia uma clara divisão entre os povos que pertenciam ao seu julgo e aqueles que recusavam-se a serem domados, conhecidos injustamente como os Bárbaros. Porém, o que destruiu Roma foram os seus próprios defeitos; os Bárbaros apenas deram o arremate final e fatal.


Nos Séculos XV e XVI, o mundo já era polarizado entre portugueses e espanhóis, que tentavam, com suas caravelas, descobrir terras distantes para acabar com o monopólio mundial de Muçulmanos e Venezianos. Em comum acordo, t
inham como principal objetivo a busca por terras e riquezas e o acesso a novos mercados, principalmente os do Oriente.


Os espanhóis atravessaram o Oceano Atlântico e encontram a oeste em 1492 um novo continente, que chamaram de América. Outros foram para o leste e encontraram as exóticas Índias. Já os portugueses "perderam-se" no Atlântico e foram para sudoeste, onde encontraram o Brasil.


Nessa
Era dos Descobrimentos, os reis portugueses e espanhóis acordaram dividir o novo mundo, separando-o pelo famoso Tratado de Tordesilhas, origem do Brasil, do qual se colhia madeiras, especiarias e ouro, muito ouro.

Já com a
Revolução Industrial, surgiu novamente a polarização e o mundo ficou dividido entre países industrializados e não-industrializados. O Brasil foi considerado apenas um mercado consumidor, além de fonte de matérias-primas baratas para a promissora indústria européia e, depois, a nascente americana.


A Revolução Industrial inspirou uma perversa oposição entre o trabalho e o capital, antes desconhecida. Novas ideologias foram criadas e tudo desaguou no Século XX com os Comunistas e os Fascistas, o que levou o mundo à 2ª Grande Guerra Mundial, encerrada em 1945.


Polarizado entre os grandes vencedores - EUA e URSS, o mundo entrou então em uma intensa Guerra Fria, porém ameaçadora pelo advento das bombas nucleares, donas do juízo final. Estes eram os
Capitalistas (Ocidente) e os Comunistas (Oriente).


Tudo durou entre 1946 e 1989, quando
caiu o muro de Berlim. Em poucos meses, caía também o Império Soviético, destruído pelos mesmos motivos que provocaram o fim do Império Romano, seus próprios defeitos no novo modelo de vida.


Nos anos 90, houve um aparente relaxamento na eterna polarização mundial, com o advento da Globalização, fruto da incontestável vitória do "Capitalismo Made in USA". Confirmou-se a única
Potência do planeta.


Como durante a
Guerra Fria, países como Japão, França e Alemanha continuavam enriquecendo com exportações para os EUA, a grande locomotiva mundial. Além deles, estrearam novos "venc(d)edores", como Taiwan, Coréia do Sul e a impressionante CHINA.


Porém, um limite a essa situação acabou ocorrendo em 2003, com o advento da Guerra do Iraque, quando a invasão dos americanos foi decidida de forma unilateral e unipolar, contra o processo e acordo da ONU. Os EUA passaram a ser temidos como o único polo de poder no mundo.


Neste momento, ocorrem dois processos simultâneos.


Um é provocado pelos EUA, para reverterem o déficit comercial abissal que mantêm com esse seleto grupo de nações, os grandes exportadores do mundo atual. O Dólar vem sendo e será cada vez mais desvalorizado (talvez por interesse da própria Casa Branca) frente a todas essas moedas, com um efeito simples. Eles não venderão mais tão facilmente aos EUA, como fizeram nos últimos 50 anos.


Pelo contrário, os EUA passarão a procurar formar superávits com todos, porque terá melhores preços em tecnologia e produtividade e ditará o comércio que deseja. Caso isso se comprove, aguarda-se verdadeiras catástrofes econômicas em muitas regiões.


Detalhe : os EUA não se sentem mais responsáveis pelo sucesso de Países que os abandonaram na arena do Iraque em 2003. Além disso, não pretendem patrocinar para sempre o expansionismo econômico da China.


O outro processo é provocado pelos Países emergentes que não aceitam mais os US$ 300 bilhões anuais de subsídios à agricultura dos EUA e da União Européia (UE).
Com uma das maiores agriculturas do mundo - e é a com maior potencial no Século XXI - o Brasil arregimentou um grupo de 22 países heterogêneos que fez paralisar a OMC em setembro de 2003.


Esse grupo (com posteriores defecções) conseguiu quebrar a rigidez e a intolerância dos Países ricos e trazer novo alento aos Países pobres. Sua luta poderá permitir que em algum momento atinja-se a flexibilização do comércio agrícola mundial.


É nessa situação que se enquadra o Brasil na Era Lula. Enquanto procurava o mundo para exportar, formalizando diversos acordos em uma inédita movimentação mundial entre 2003 e 2005, o País preparava-se para ser a grande potência mundial no Agronegócio em um futuro de seca generalizada, petróleo extorsivo, poucas alternativas e forte mudanças econômicas.


Depara-se ainda com uma formidável oportunidade de penetrar o mercado norte-americano, com ou sem a ALCA, assumindo posições que serão perdidas pelos outros concorrentes, já em processo. Esta seria a hora da virada.




O BRASIL NA ERA LULA


Na presente Era de Governo do Presidente Lula (2003 a 2010), o Brasil vem lentamente procurando formalizar acordos comerciais e de integração econômica com diferentes Países e grupos regionais.


Em 2003, surgiu o interesse por um Tratado de Cooperação Trilateral "Sul-Sul-Sul" (G-3 ou IBSA) entre Brasil, África do Sul e Índia. Os 3 Países firmaram cooperação em ciência, tecnologia, educação, saúde, turismo, defesa e outros. Partiu de simples reunião presidencial durante o Encontro do G-8 ampliado em junho daquele ano. Sempre há o objetivo comum de redução de custos e de aprendizado conjunto, para o bem comum dessas nações.


No próprio Encontro do G-8 de 2003, em Evian, ficou claro que o Brasil trabalhava para reforçar as relações com Rússia, China e Índia, a princípio para negociarem juntos com os EUA e a UE e, na seqüência, para associarem-se.


Sentindo a ameaça, o G-8 passou a analisar anunciadamente em 2004 a entrada de Brasil, China e Índia, o que elevaria o grupo a um G-11. Em setembro de 2005, anunciou-se a intenção de evolução para um G-12, que incluiria ainda a África do Sul, exclusivamente por reperesentar o imenso e esquecido continente africano. Em 2008, um G-13 já incluía o México.



Lula em Evian - G-8 2003

Presidente Lula durante Encontro do G-8 em Evian - Junho de 2003.



Mesmo assim, com interesses e posições convergentes desses Países Gigantes, as conversações seguem no sentido de formarem uma Aliança Estratégica e também de cunho comercial e econômico entre os PAÍSES BALEIAS, aqueles de gigantescas extensões territoriais e enormes mercados internos ascendentes. Essa Aliança também trará reflexos positivos para o Mercosul (como América Latina), a África e o Sudeste Asiático.


Outra negociação que ganhou força no Encontro do G-8 de 2003 foi um possível Acordo com o Bloco dos 22 Países Árabes do Oriente Médio, bastante interessados em novas parcerias, que não as dos antigos "Aliados". O Presidente Lula visitou a região em dezembro de 2003 e o processo encontra-se em andamento, inclusive com bons frutos.


Para a Reunião Ministerial de Cancun - México 2003, pela Organização Mundial do Comércio (OMC), parte da atual Rodada de Doha, o Brasil liderou, junto com a Índia e a China, um heterogêneo grupo de Países em Desenvolvimento, conhecido hoje como G-20, todos contrários aos subsídios agrícolas de mais de US$ 300 bilhões anuais de EUA e UE. Esse grupo mostrou força, tornando-se em 2004 o 3º poder nas negociações da Rodada de Doha da OMC.


Alguns Países do Grupo resolveram também negociar regras do comércio mundial para a área industrial. O grupo da negociação agrícola é ofensivo. Ambiciona ampla liberalização desse setor do comércio mundial, apesar de divergências de tonalidade de países como China e Índia. Já a aliança da negociação industrial entra em cena para ser defensiva. Busca "liberalização equilibrada" que leve em conta a sensibilidade de setores industriais nos países em desenvolvimento - ou seja, limitar a abertura de seus mercados.


Em junho de 2004, durante a XI Conferência da UNCTAD (declaração em pdf) em São Paulo, o G-77, antigo grupo criador da UNCTAD, hoje com formidáveis 132 países pobres e em desenvolvimento, inclusive a China, resolveram recriar (dos anos 80) em grande estilo o SGPC - Sistema Global de Preferências Comerciais.



Inicialmente, 43 desses países do G-77 pretendem concluir novo acordo geral de redução de tarifas entre si até novembro de 2006. Se vier a ser introduzido, deverá alcançar todos os 132 membros, sem qualquer interferência dos poucos países desenvolvidos, que ficariam à margem. O Presidente Lula discursou afirmando que esse novo movimento poderia mudar a geografia econômica mundial.



Nunca antes o Brasil partiu para tantas frentes de trabalho, simultaneamente, e em tão pouco tempo como ocorreu em 2003 e 2004. Nos anos recentes, todos os Presidentes da América do Sul vêm ao Brasil para reuniões concretas. Essa novidade passou a ser chamada pela imprensa e governo americanos de "efervescência política na América do Sul" :


g Novo Mercosul (Amercosul) - Brasil, Argentina,
Paraguai e Uruguai + Chile, Bolívia, Peru, Equador,
Colômbia, Venezuela e México;

g América Latina, com América do Sul, México e
Caribe;


g ALCA (o Grande Mercado);

g União Européia (avançado, outro grande mercado
hoje);

g Países Baleias - BRICs - China, Índia e Rússia (formam
o mercado gigante do futuro, com escala formidável);

g Associação do Sudeste Asiático;

g Liga Árabe (Oriente Médio) - Bloco de 22 Países Árabes;

g Países Africanos (África do Sul, Namíbia,
Moçambique, Zimbábue, São Tomé e Príncipe,
Angola e Gana)
;

g Trilateral Sul-Sul-Sul - com África do Sul e Índia;

g G-77 - novo acordo tarifário entre 132 países - o SGPC; e

g G-20 na OMC (19 em julho de 2004) - África do Sul,
Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, China, Cuba, Egito,
Filipinas, Índia, Indonésia, México, Nigéria, Paquistão,
Paraguai, Tailândia, Tanzânia, Venezuela e Zimbábue.

Obs : os 22 membros fundadores do G-20 (G-22) eram :África do Sul, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, China, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Egito, Filipinas, Guatemala, Índia, Indonésia, México, Nigéria, Paquistão, Paraguai, Peru, Tailândia e Venezuela. Sob pressão, saíram Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala e Peru, caindo para 17 membros. Entraram Tanzânia e Zimbábue, subindo para 19 membros.


Em 1º de agosto de 2004, foi fechado um acordo internacional que prevê o fim dos subsídios às exportações de produtos agrícolas e a redução dos subsídios internos. Espera-se que os paises em desenvolvimento sejam beneficiados em alguns anos em US$ 200 bilhões com o fim dos subsídios, sendo que ao Brasil caberiam mais de US$ 20 bilhões.


A previsão para o fim desses subsídios agrícolas é uma vitória do Brasil e do G-20, grupo criado por iniciativa brasileira justamente para pressionar a OMC a avançar nessa questão. Esta é a prova de que é possível uma nova geografia comercial no mundo.
Agora, serão finalmente retomadas as negociações da Rodada de Doha da OMC.


Uma idéia da visão brasileira está no Estudo INAE do Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, de maio de 2003 : "As Transformações na Ordem Mundial e as Posições Multilateral e Regional do Brasil".




PAÍSES BALEIAS - GRUPO BRIC


Os 4 Países - Brasil, China, Índia e Rússia - são chamados de BALEIAS por disporem de gigantescas extensões territoriais e enormes mercados populacionais com crescente poder aquisitivo e qualidade de vida. Veja mais detalhes sobre isso em ALIANÇAS ESTRATÉGICAS DE COOPERAÇÃO DE DEFESA.


Um acordo comercial e, principalmente, de integração econômica entre eles será interessante para todos, pois são complementares em sua grandeza. Em 2003, a CHINA já tornou-se o 2º maior parceiro comercial do Brasil, perdendo somente para os EUA, e podendo tornar-se o 1º em breve.


Esta ALIANÇA DOS PAÍSES BALEIAS
ou GRUPO BRIC, em formação, promete revolucionar o mundo como hoje conhecemos. Em setembro de 2003, o Presidente Lula confirmou intensas negociações para a criação do bloco, reafirmando-as em dezembro, no Oriente Médio.


Um estudo do Banco de Investimentos Goldman Sachs (BRICs) divulgado em outubro de 2003, prevê que o Brasil será uma das 5 maiores potências mundiais em 2050, mesmo seguindo sua baixa taxa de investimento atual (de 19 % ao ano) e apresentando crescimento anual da economia medíocre, inferior a 4 %. BRIC significa Brazil, Russia, India and China. Ressaltamos que o potencial brasileiro é muito superior ao ali estudado.


Segundo o estudo, a soma prevista dos PIB desses 4 Países – US$ 44,1 trilhões – ultrapassará em 2039 o PIB do G-6 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Itália), estimado em US$ 43,1 trilhões.


Em um primeiro passo, o Presidente Lula, acompanhado de extensa comitiva empresarial, viajou para a China (Pequim e Xangai), onde foi estabelecida uma nova ALIANÇA ESTRATÉGICA COM A CHINA no dia 24 de maio de 2004.



Em 24 de março de 2006, foi inaugurada com uma primeira reunião em Xangai a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Coordenação e Cooperação (COSBAN), também criada em 2004.



VP Alencar na China em 2006

Recepção ao Vice-Presidente José Alencar em Xangai, China, em 21
de março de 2006, para a instalação da Comissão Sino-Brasileira de
Alto Nível de Coordenação e Cooperação (COSBAN).
(Foto Aluizio Gomes de Assis - VPR -146.898)

N


Em 2007, o FMI calculou que o GRUPO BRIC e os mercados emergentes que ele está ajudando a alimentar, responderam por 30 % da economia e 47 % de todo o crescimento global - com a China respondendo pela maior participação e o Brasil, a Rússia e a Índia não muito atrás.


Mas não são apenas as commodities e a produção industrial de baixo custo que estão conduzindo o crecimento. Segundo a Reuters, a Índia e as economias emergentes da Ásia são o lar hoje de mais de 26 % do mercado global de serviços de tecnologia da informação, e continuam crescendo em ritmo acelerado.



O GRUPO BRIC ajudou a elevar a participação dos mercados emergentes nas exportações globais de 20 % em 1970 para 42 % em 2006. Os fluxos de capital também alcançaram níveis recordes, com os investimentos estrangeiros diretos (IED) crescendo mais de 50 % entre 2006 e 2007, saltando de US$ 167,4 bilhões para US$ 255,6 bilhões.


Entre novembro de 2001 e 2007, o mercado brasileiro de ações subiu 369 %, o da Índia avançou 499 %, o da Rússia 630 %, e o da China 817 %. Com isso tudo, o grupo já foi responsável por 39 % do volume mundial de ofertas públicas iniciais (IPO) de ações em 2007.



CRIAÇÃO DO GRUPO BRIC


Em 16 de maio de 2008, na cidade russa de Yekaterinburg, as 4 maiores economias emergentes do mundo finalmente acertaram a formalização do GRUPO BRIC, a fim de ratificar seu peso na economia global.


"Trata-se de uma iniciativa do Brasil que todos apoiamos", disse o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, que afirmou que Moscou concede uma grande importância ao diálogo no marco do GRUPO BRIC.


De acordo com Lavrov, "o formato BRIC não é algo inventado, mas fruto da vida própria, pois em grande medida são os elevados ritmos de crescimento econômico dos países do grupo os que garantem o desenvolvimento estável da economia mundial".


"Agora, quando tanto se fala de reformar a arquitetura financeiro-econômica global, temos muitos assuntos a debater dentro do grupo, incluindo a defesa de nossos interesses comuns", destacou.



A reunião de Yekaterinburg
(na região dos montes Urais, a leste de Moscou) foi o primeiro encontro exclusivo realizado pelos quatro chanceleres do novo grupo. O ministro indiano das Relações Exteriores, Pranab Mukherjee, disse que o bloco havia protegido o mundo desenvolvido de uma recessão econômica maior nos últimos anos.


Todos concordaram em preparar uma reunião entre seus ministros de Finanças e Economia. O anúncio foi feito por Lavrov, depois de se reunir com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim; e os chanceleres chinês, Yang Kiechi, e indiano, Pranab Mukherjee.


Lavrov anunciou que o próximo contato dos chanceleres do grupo ocorrerá durante a 63ª Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) em Nova York, enquanto a próxima reunião independente será realizada em 2009 na Índia.


O chefe da diplomacia russa ressaltou o fato de que este terceiro encontro ministerial do grupo será realizado pela primeira vez de forma independente, e não no marco de algum fórum internacional, no que viu "uma prova da nova qualidade do diálogo".



Os quatro Países confirmaram as aspirações de trabalharem entre si e com outras Nações a fim de fortalecer a segurança e a estabilidade internacionais.
Disseram ainda que desejam ampliar a cooperação recíproca em uma série de frentes para encontrar formas de minimizar o fardo da disparada do preço dos alimentos.


O grupo, que responde por 40 por cento da população mundial, criticou os Países desenvolvidos por subsidiarem seus produtores rurais. O chanceler indiano criticou os "produtores ineficientes" dos Países desenvolvidos que recebem subsídios, o que prejudicaria os esforços das Nações em desenvolvimento para alimentar suas populações, as mais atingidas pelo aumento dos preços.


Já Celso Amorim citou a questão do excesso de produção nos Países ricos, devido ao auxílio financeiro aos agricultores, como um fator que ao longo do tempo acabou agravando o problema alimentar no mundo.


Os subsídios, principalmente na exportação dos saldos de alimentos dos Países ricos, deprimiram os preços dos produtos agrícolas há alguns anos, desestimulando o cultivo em muitos Países em desenvolvimento que agora enfrentam escassez.


A China defendeu uma maior cooperação entre os produtores e os consumidores de combustíveis a fim de reduzir a volatilidade dos preços no mercado internacional de petróleo.


A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo do mundo, ao passo que a China é o segundo maior importador do produto.


Analistas afirmam que, apesar de os Países do BRIC registrarem altas taxas de crescimento e ambições geopolíticas, a cooperação entre eles ainda vê-se prejudicada por uma falta de confiança mútua.




SUL-SUL-SUL (G-3 ou IBSA)


O Tratado de Cooperação "Sul-Sul-Sul", ou G-3, entre Brasil, África do Sul e Índia deverá ter grande avanço dado o sucesso da reunião entre os Presidentes do Brasil e África do Sul e o Primeiro-Ministro da Índia, no Encontro do G-8 ampliado, em Evian (França), em junho do ano anterior.


Logo em seguida, ainda em junho, houve outro encontro em Brasília, entre os Ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, Nkosazana Zuma (África do Sul) e Jaswanth Sinha (Índia).


Os três Países possuem posições e interesses semelhantes em diversos pontos da agenda internacional e são potenciais Membros Permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a ser remodelado e ampliado, por serem atores importantes em suas respectivas regiões.


Os 3 Países firmaram cooperação em ciência, tecnologia, educação, saúde e turismo, e inclusive de Defesa. Concluiram também acordos em áreas como transporte e facilitação de comunicações com os demais países das 3 regiões (América do Sul, África e Ásia), o que pode vir a multiplicar os interesses e ganhos de todos.


Na área de saúde, tornou-se urgente o apoio do Brasil e da Índia na dramática luta contra a AIDS na África do Sul, problema que vem ameaçando destruir a África inteira.




ORIENTE MÉDIO


Existem conversações para um possível Acordo do Brasil e do Mercosul com a Liga Árabe - Bloco de 22 Países Árabes do Oriente Médio, que representa um fantástico e sofisticado mercado de consumo e que deseja afastar-se da política implementada por Washington. Vários avanços foram alcançados com e após a visita de Lula à Região em dezembro de 2003.



(Clique no mapa abaixo para ver imagem gigante)

Oriente Médio

O Oriente Médio.



Como exemplo de oportunidade, o País vendia há pouco tempo menos de US$ 200 milhões em carnes aos 22, que compram no mundo mais de US$ 3 bilhões ao ano.




MERCOSUL


No âmbito da América Latina, o Brasil tentou obter sem sucesso um Acordo de Integração Regional entre todos os Países, dentro da denominação MERCOSUL (1 2), especialmente os Amazônicos e o México, visando a um futuro mercado comum integrado e mesmo a defesa e a preservação de soberania. Seria também chamado de AMERCOSUL.



Presidentes Lula e Kirchner

Presidentes Lula e Kirchner.
(Foto Agência Brasil)




Com a realização da 17ª Reunião de Cúpula do Grupo do Rio em abril de 2003 - em Cuzco, Peru, entre os governantes de 19 Países da América Latina e Caribe, o enfoque inicial de América do Sul fora expandido para uma integração ainda maior, a América Latina e o Caribe.


Os 19 Países que assinaram o “Consenso de Cuzco” foram Peru, Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Chile, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.


Entretanto, para o Presidente Lula não haveria integração na América Latina se não houver a compreensão de que “é preciso fazer a integração física do continente”. Isso é : construir estradas, pontes e ferrovias de acesso, além de rotas aéreas hoje inexistentes.


Somente a América do Sul importava US$ 100 bilhões ao ano em bens e serviços de todo o mundo, mas o Brasil atendia esse mercado em menos de 10 %. Isso precisa ser imediatamente corrigido em uma via de 2 mãos (importar e exportar).


O Mercosul teve seu primeiro acordo comercial extra-regional ao firmar um tratado com quatro Países africanos e ratificar outro com a Índia. Tais acordos baseiam-se no G-3 de Brasil, Índia e África do Sul.


Botswana, Lesoto, Namíbia, África do Sul e Suazilândia, que formam a União Aduaneira da África do Sul, assinaram o acordo com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.



Lula - Mercosul - DEZ 2004

Foto oficial histórica de Chefes de Estado em frente ao Museu da Inconfidência.
Reunião do Conselho do Mercado Comum do
Mercosul, em Ouro Preto,
Minas Gerais, Brasil
- 17 de dezembro de 2004.
(Foto Marcello Casal Jr. - Agência Brasil - 77900)


BRASIL E MÉXICO


Foi anunciado em 29 de maio de 2004 que, em 8 de julho, o México faria a solicitação formal para tornar-se membro do Mercosul. De fato, na data combinada
, os Presidentes Lula e Vicente Fox acertaram, durante encontro em Brasília, o ingresso do México no Mercosul, como membro associado, a exemplo de Chile, Peru e Bolívia. O México demonstrou firme disposição para um breve acordo de livre comércio com o Mercosul.


Os Presidentes Lula e Fox reiteraram o interesse em fortalecer a cooperação nos fóruns multilaterais em temas que preocupam ambos os países, como combate à corrupção e ao narcotráfico. O presidente do México citou ainda a importância do intercâmbio comercial com a Embraer e o compromisso de trabalho conjunto na produção agropecuária.


A parceria entre Brasil e México também envolverá cooperação científica e tecnológica, em especial no setor energético. Durante a reunião, foi criada a Comissão Binacional Brasil-México, co-presidida pelos chanceleres dos dois Países. A comissão dará direção estratégica ao relacionamento bilateral.




UNIÃO EUROPÉIA


Em 4 de julho de 2007, a União Européia (UE) estabeleceu uma parceria estratégica com o Brasil semelhante às que apenas existem com a China, Índia, Canadá, EUA e Rússia.


O interesse dos europeus é somente o potencial que o Brasil tem de fornecer biocombustíveis à altura da crescente demanda do grupo nos próximos anos, quando poderá chegar a 10 % do consumo de combustíveis, caso consigam chegar a um consenso interno.


Segundo os europeus, o novo patamar das relações com o Brasil daria coerência à política externa da UE, que agora prioriza todos os BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China. Bruxelas vê o Brasil como um ator essencial na luta contra o aquecimento global, uma das prioridades da UE.



(Clique na foto abaixo para ver imagem gigante)

O Presidente Lula participa da sessão de encerramento da Cúpula-Empresarial Brasil-União Européia, na Feira Internacional de Lisboa, em 4 de Julho de 2007.
(Foto Wilson Dias - ABr - 1802wd987)



Visto de uma perspectiva mais ampla, a UE estaria interessada em ampliar o diálogo político e tornar mais efetiva a cooperação no cenário internacional em temas globais como segurança internacional, energia, transportes, ciência e tecnologia.


Do ponto de vista do Brasil, as conseqüências da condição de parceiro estratégico parecem claras, pois foram lançadas as bases para um relacionamento mais estreito com um dos mais importantes parceiros políticos, econômicos e comerciais do Brasil.


Com esse salto qualitativo, as relações bilaterais tenderão a se estreitar, colocando o Brasil como o principal interlocutor da UE na América do Sul. Os vínculos empresariais tenderão a se ampliar, propiciando um maior contato entre empresas de ambos os lados.


O Brasil deverá assumir novas responsabilidades e aprofundar o processo de diferenciação em relação a seus vizinhos, inclusive os do Mercosul. O mais importante é aproveitar essa oportunidade para alcançar maior projeção externa do País.




OUTROS ACORDOS


A partir de 2007, o Brasil passou a ter uma percepção externa muito mais positiva, vendo crescer o peso de sua economia, com a aproximação do status de investment grade (recebida em 30 de abril de 2008), o que abriu novos espaços de projeção no cenário internacional para os próximos anos.


A primeira prova disso foi a decisão da União Européia de escolher o Brasil como aliado estratégico na América do Sul. Isso tudo é fundamental para as discussões sobre o G-8 em seu formato ampliado G-13 (com Brasil, China, Índia, África do Sul e México), e ainda para o convite para entrar na OCDE.


Ressalte-se que outros acordos comerciais e de integração
seriam possíveis para o Brasil, simultaneamente, como esse com a União Européia.


Para alcançar-se algum acordo com os EUA (exceto ALCA) teriam que ser colocados em segundo plano (OMC) os subsídios agrícolas e as grandes barreiras protecionistas dos EUA, que representam o maior e mais sofisticado mercado consumidor do mundo (a Europa e a Ásia só cresceram por isso).


Brasil e EUA tornaram-se aliados na causa dos BIOCOMBUSTÍVEIS em 2007, embora o etanol feito do milho pelos americanos não seja um aliado assim tão desejável para a nossa cana-de-açúcar, pois a falta de milho como alimento no mercado provoca uma forte distorção de preços de alimentos, prejudicando a imagem de todo o etanol mundial.




Lula em Camp David com Bush

Lula é recebido pelo casal Bush em Camp David, 31 de março de 2007.
(Ver Declaração Conjunta e Transcrição da entrevista coletiva com vídeo).
(Foto Ricardo Stuckert - PR - ABr 31032007G00001)



Na África e no Oriente Médio, há um interesse genuíno de aproximação com o Brasil. O Presidente Lula fez a primeira visita com sucesso às duas Regiões em 2003 para tratar do assunto e tem havido enorme progresso desde então. Em 2008, os BRICs resolveram lançar programas conjuntos de desenvolvimento para a África.




A Economia Brasileira Hoje




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Fonte:defesabr

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