domingo, 11 de julho de 2010

Caças F5 da FAB

Força Aérea Brasileira - FAB

Meios Disponíveis e Futuros


OS F-5M DA FAB



(Clique na foto abaixo para ampliação)

F-5M

Recebimento do 1º F-5EM, o 4856,
pela FAB em 21 de setembro de 2005.

(Foto André Finken Heinle / ALIDE, com permissão)
INTRODUÇÃO


O Projeto F-5 BR, depois rebatizado de F-5M (Modernizado), visou modernizar os caças leves Northrop F-5 "Tiger" da FAB para as necessidades do Século XXI.


A indústria aeronáutica brasileira Embraer e a israelense Elbit foram as empresas responsáveis pelo serviço. O M também poderia ser atribuído a um fator determinante : o F-5M é um caça Multimissão
de 4ª Geração.


Foram incorporados equipamentos de última geração, aprimorando a capacidade de detecção, ataque, autodefesa, comunicação e navegação das aeronaves.



As principais diferenças dos F-5M para os antigos não são visíveis externamente. Elas envolvem a aviônica - os dispositivos de controle na cabine do piloto. Entre as inovações, estão sistemas de radar e mira e o reabastecimento da aeronave em pleno vôo. A previsão é de que os F-5 M tenham vida até depois de 2020.


Um caça F-5M pode sair do Rio Grande do Sul com a
bolacha do 1º/14º GAv e executar uma missão no norte do país sem pousar.



Pampa

Bolacha do Esquadrão Pampa.



Trata-se do Primeiro Esquadrão do Décimo Quarto Grupo de Aviação, Esquadrão Pampa, sediado na Base Aérea de Canoas, RS. Executa missões de Interceptação, Patrulha Aérea de Combate e Escolta, Reconhecimento Aéreo e Socorro em Vôo.


Inicialmente orçado em US$ 285 milhões para as 46 unidades então disponíveis, o programa de modernização do F-5 foi iniciado em 2003. Na época, oito aeronaves foram inicialmente entregues à Embraer e iniciaram os trabalhos de modernização em Gavião Peixoto.


Em 4 de dezembro de 2003, a Embraer apresentou à FAB, na fábrica de São José dos Campos - SP, o primeiro protótipo da aeronave F-5M, modernizada.



F-5 BR

Apresentação do primeiro protótipo do F-5M
(F-5FM), ainda denominada F-5BR.
(Foto Embraer - 001)




Em 8 de fevereiro de 2006, havia sido confirmada uma negociação com a Arábia Saudita que o DEFESA BR. Seriam adquiridas através da Comissão Aeronáutica Brasileira em Washington mais 9 unidades a US$ 2,67 milhões cada, sendo 6 F-5E monopostos e 3 F-5F bipostos. Essa compra confusa foi depois cancelada.


Já em outubro de 2007, foi confirmado o fornecimento de 11 F-5 pela Jordânia, sendo 8 F-5E e 3 F-5F. Cada avião foi avaliado em US$ 1,9 milhão em um total de US$ 21 milhões. Assim, o total de F-5 da FAB remonta agora a 57 aeronaves, sendo 51 E e 6 F.


Todos os 6 F-5F bipostos iriam com o tempo para o 1º/4º Grupo de Aviação da Base Aérea de Natal, já Modernizados.
Assim, o treinamento de combate da FAB será todo feito no CATRE (Centro de Treinamento e Recompletamento de Tripulações) de Natal. Esta Base é hoje sede do 2°/5 Grupo de Aviação, que foi o primeiro a dispor dos AT-29 Super Tucano.


Com o F-5M, foram introduzidos com grande atraso modernos mísseis antes inexistentes na FAB. Primeiro, veio em 2006 um míssil AMRAAM BVR que é o DERBY e, futuramente, um míssil ABVRAAM, que pode vir a ser o METEOR.


Ambos podem operar com
Enlace de Dados junto aos R 99, vendo-se multiplicado o poderio aéreo da FAB, mas ainda em estágio inicial para os desafios que se apresentarão nos próximos anos.


Com o advento do Link-BR2 em 2009, a FAB passou a dispor de um protocolo de enlace de dados de alta qualidade, equiparável aos mais modernos protocolos de sistemas táticos de conexão em rede utilizados no mundo.


Desenvolvido pela Embraer, este protocolo passou a permitir a viabilização de um moderno sistema de intercâmbio de dados durante operações da FAB, e com a interoperabilidade junto à MB e o EB, em operações conjuntas.


n


Todo o processo de modernização das 46 unidades contratadas foi completado em maio de 2010.


RED FLAG E CRUZEX 2008


No exercicio RED FLAG 2008, em Nellis, meia dúzia de F-5EM do Esquadrão Pampa seguiram ainda incompletos, e sem contarem com os R 99. Mesmo assim, eles fizeram história. Já o reabastecedor KC-137 jamais foi derrubado e sequer encontrado.


Os 6 F-5EM com Derby enfrentaram a nata dos aviadores americanos com seus F-15 e F-16 (os Esquadrões Agressor são pilotados pelos melhores pilotos americanos) e conseguiram uma média de 1.4 a 1.6,
algo como 40 % a 60 % a mais de vitórias que os americanos, ou seja, para cada vez que um brasileiro era "abatido", despachava quase 2 americanos em aeronaves bem mais modernas e conduzidos por pilotos experientes.


Ressalte-se que o F-15 pode ser considerado como o real caça de superioridade aérea em todo o mundo, e ainda que o Radar Grifo F/BR utilizado no F-5M foi uma evolução, porém ainda muito inferior aos dos caças americanos.


Nosso pilotos obtiveram médias iguais aos seus pares americanos que pilotavam vetores superiores, e nunca falharam na escolta, ou seja, os Agressores até podiam derrubar um Pampa, mas sequer chegavam perto do avião por eles escoltado.


Nossos mecânicos ainda deram um show de dedicação, superação e técnica ao trocarem as turbinas dos nossos aviões, entre uma missão e outra, com apenas 4 técnicos. Os F-5M encontram-se muito bem mantidos e seguros.


O diferencial da FAB sempre foi sua mão-de-obra, fato que os americanos conhecem desde a 2ª Guerra Mundial. Enquanto os esquadrões de P-47 americanos tinham uma prontidão de 15 caças (dos 24 de cada esquadrão), o SENTA A PUA apresentava uma disponibilidade de 21 a 22 caças.


Os mecânicos brasileiros usavam peças de caminhão e de aviões que se acidentavam na pista para manter os outros no ar, enquanto aguardavam as peças de reposição. Ninguém sabe até hoje como nossos pilotos completaram tantas missões e como nossos mecanicos mantinham tantos aviões em prontidão.


Honrando este passado de superação e profissionalismo, a FAB ainda é hoje a Força Aérea mais capaz da América do Sul, mesmo que inferiorizada em quantidade e defasada tecnologicamente por tantos anos.




VÍDEO - FAB NA RED FLAG 2008 (03:08 MIN)



No Exercício Red Flag 2008, o Ten Pimentel do
1º/14º GAV resumiu em uma só palavra o motivo
maior de estarem todos ali : "BRASIL".
(Vídeo CECOMSAER)



VÍDEO - 4 CAÇAS F-5EM DA FAB DECOLANDO
NA RED FLAG 2008 (00:59 MIN)


Excelentes imagens dos 4 caças.
(Vídeo NELLISSPOTTERS.COM)





Na Cruzex 2008, os franceses vieram com Mirages 2000-5 e seus mísseis MICA, mas não foram longe contra nossos pilotos do Esquadrão Pampa. O venezuelano Chávez evitou enviar seus temidos Su-30, pois seus pilotos ainda não têm como utilizá-los em plenitude. Os chilenos enviaram os F-5 III, mas evitaram colocar os modernos F-16 em campo. A Argentina perdeu a hora e não veio.


A FAB é mais respeitada pela habilidade de seus pilotos, nem tanto por seus vetores. Qualquer brigadeiro latino-americano sabe que ainda não existe no continente uma Força Aérea para fazer frente a eles. Mas é preciso progredir e inovar.




ERRO E ACERTO DO F-5


O F-5 foi projetado como um avião mais barato, foi desenvolvido para forças aéreas de países periféricos aliados. Os “F-22″ da época eram os Phanton, que também eram o sonho de consumo da FAB.


Entretanto os F-5 possuem suas qualidades. São aviões de manutenção e operação simples e barata, além de serem muito manobráveis. Suas deficiencias em relação ao Phanton, por exemplo, é sua velocidade e aceleração inferiores.


Na época do desenvolvimento do Phanton, a linha de pensamento dominante nos EUA era a de que o combate aéreo seria totolmente dominado pelos mísseis guiados (armas inteligentes).


O Phanton foi desenvolvido, dentro desse conceito, para ser o principal e mais poderoso vetor tanto da USAF, quanto da USN. Acreditava-se então que o avião seria apenas uma plataforma para lançamento dos mísseis inteligentes. Assim, seu desenvolvimento desconsiderou alta capacidade de manobra e priorizou altas velocidades e aceleração.


Além disso, ele foi equipado com eletrônica de ponta, capaz de operar os Sparrow, além dos Sidewinder. Enquato isso, o F-5, menos potente, com menor velocidade e aceleração, era manobrável, barato e quase desprovido de eletrônica avançada. Só usava Sidewinder.



Essa morte do dogfight, profetizada pelos EUA, se provou um dos maiores erros deles na guerra do Vietnã. Os Sparrow obtiveram uma minúscula fração da precisão esperada e os MiGs deram muito mais trabalho do que esperado. Acontece que o dogfight ainda está muito vivo e esteve presente em todos conflitos aéreos recentes. E, nesse tipo de confronto, o F-5 é muito efetivo.



Além disso, os F-5 modernizados por Singapura, Tailândia, Chile e Brasil foram equipados com eletrônica moderna, sanando uma das deficiências do F-5, habilitando-os ao combate na arena BVR.



Claro que um radar grifo ou Elta 2032 não se compara a um APG-79, por exemplo, mas esses F-5 modernizados possuem uma capacidade respeitável e são mais úteis e efetivos hoje que os F-4 ainda em operação mundo afora (Alemanha, Japão, etc). Essa visão errada dos EUA foi amplamente sanada nos projetos seguintes, o F-15, o F-16 e o F-18.





EVOLUÇ
Fonte:defesabr

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