sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Atualidades

Transferência de Tecnologia é a chave da proposta da BAE System á Marinha do Brasil



A BAE Systems apresentou ontem uma proposta detalhada para a Marinha brasileira para o fornecimento de um pacote de navios para cumprir o seu ambicioso programa de renovação da frota através de um acordo total de transferência de tecnologia, com os navios a serem construídos no Brasil. A proposta surge após o recente Acordo de Defesa e Cooperação entre os governos do Brasil e do Reino Unido e marca o último passo no sentido de aumentar o comércio bilateral entre os dois países. Baseado nas capacidades da BAE Systems em seus projetos, que inclui o fornecimento de cinco navios de patrulha oceânica, um navio de apoio logístico e cinco navios de escolta, bem como um serviço de suporte global da logística. Importante, a proposta também estabelece regras aprovadas pelo governo do Reino Unido para uma parceria brasileira na concepção e desenvolvimento do novo navio multi-função - Global Combat Ship.

Alan Johnston, Diretor da BAE Systems, divisão de navios de superfície, disse: "Acreditamos que esta abordagem de parceria estratégica, combinada com nossos projetos de navios comprovados, vai trazer força para a indústria brasileira e dar confiança á Marinha do Brasil em nossa capacidade de oferecer uma efetiva e acessível solução para atender seus requisitos futuros de capacidade naval. "

A BAE Systems tem um longo histórico de colaboração com a Marinha do Brasil e sua participação em projetos como as fragatas classe Niterói Brasil, fornecidos pela Companhia na década de 1970. A última proposta busca projetado atingir os objetivos estabelecidos no Brasil pela Estratégia Nacional de Defesa (END),para aumentar a capacidade de sua industria nacional, permitindo que o país desenvolva de forma independente a construção naval de forma sustentável e a capacidade de apoio marítimo.

"Estamos em discussões sobre a proposta com uma série de potenciais parceiros da indústria no Brasil, incluindo estaleiros e desenvolvedores de sistemas de combate", acrescentou Johnston. "Estamos trabalhando ativamente para formalizar esses acordos e forneceremos mais detalhes no devido tempo."

A BAE Systems incluí na proposta um navio de patrulha oceânica de 90 metros, baseada na Classe "River", comprovada e em uso com a Royal Navy. Ele usa a plataforma central idêntica à do navio a ser construído na Tailândia no âmbito de um acordo similar de transferência de tecnologia, com sistemas e equipamentos adaptados às necessidades da Marinha do Brasil. Além disso, a empresa propôs uma variante da Marinha Real britânica da Classe "Wave", adaptados para atender as necessidades específicas da Marinha do Brasil.

A nova geração de navios, o Global Combat Ship está sendo desenvolvido para ser acessível e facilmente adaptável às rápidas mudanças na demanda de defesa do teatro moderno de operações. A parceria entre o Reino Unido e o Brasil, tornam viável esse projeto, significando redução de custos através de um projeto racionalizado, construção e operações de processo de aquisição, manutenção e apoio compartilhados. Ele também proporciona ao Brasil a oportunidade de influenciar no design e o acesso à formação de seu pessoal no padrão da Royal Navy.


Retrato da Empresa:

A BAE Systems é uma empresa global de defesa, segurança e companhia aeroespacial, com aproximadamente 107.000 colaboradores em todo o mundo. A Companhia oferece uma gama completa de produtos e serviços na áreas terrestres, aéreas e navais, bem como eletrônicos avançados, segurança, soluções de tecnologia da informação e serviços de apoio ao cliente. Em 2009 a BAE Systems anunciou vendas de 36,2 bilhões dólares.

Fonte: Defense & Professional

Tradução: Angelo D. Nicolaci

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A ilusão do BRIC


O principal legado do presidente Lula no campo da política externa é o fortalecimento das parcerias do Brasil com outras potências emergentes, sobretudo os países do Bric.

O comércio com a China está em expansão.

Entrou em vigor um acordo de isenção de vistos entre Brasil e Rússia. As relações com a Índia nunca estiveram melhor. O Brasil está certo de querer forjar vínculos bilaterais mais estreitos com os gigantes asiáticos emergentes.

Mas, embora o Brasil deva fortalecer os vínculos individualmente, o próximo presidente brasileiro deve tomar cuidado para não levar a aliança Bric demais a sério. A marca melhorou a imagem do Brasil, mas juntar forças e apostar na importância estratégica da aliança não pode senão resultar em decepção.

A marca Bric, criada pelo banqueiro Jim O’Neill, não vai sobreviver a longo prazo.

Que o acrônimo Bric tenha deixado de ser mero termo de investimento para se tornar uma realidade política não é sinal de presciência de O’Neill. O triunfo da marca Bric e sua aceitação entusiástica até por parte de seus “membros”, apesar de suas inadequações, indicam o anseio não satisfeito das potências emergentes de compreenderem um mundo cada vez mais complexo, e que lugar nele lhes cabe.

O desafio de encontrar maneiras categóricas de entender o mundo tem precedentes. Historicamente, acadêmicos buscaram estabelecer distinções entre países ao classificálos por categorias e blocos organizados de acordo com diferentes variáveis.

Em 1946, Winston Churchill estabeleceu tal conceito quando introduziu a ideia da Cortina de Ferro.

Pouco depois, Alfred Sauvy cunhou o termo Terceiro Mundo, ajudando seres humanos a entenderem o sistema internacional.

Atualmente, esses modelos já não têm significado, e há muitas propostas para novas maneiras de se repensar a realidade geopolítica. Quando criou os Brics, O’Neill estava apenas considerando aspectos econômicos; sendo assim, os países que ele escolheu eram muito heterogêneos. O Brasil e a Índia são duas democracias que ainda não estão plenamente estabelecidas na atual ordem mundial, enquanto a China e a Rússia, dois regimes não democráticos, são poderes estabelecidos desde 1945. Os quatro discordam sobre quase tudo, incluindo mudança climática, direitos humanos e a reforma da governança global.

Apesar de todos estes fatores, o termo Brics virou um conceito chave entre analistas. Os líderes do Brasil, da Índia, da Rússia e da China começaram a se referir a eles mesmos como “membros do Bric”. Em 2009, os presidentes Lula e Hu Jintao e os primeirosministros Medvedev e Singh encontraram-se em São Petersburgo para uma cúpula do Bric.

Por que os quatro líderes decidiram juntar-se e transformar a categoria de investimentos de O’Neill em realidade política? O que mais os unia parecia ser seu interesse comum em mudar a maneira como o mundo era conduzido. Após o otimismo inicial e os grandes anúncios de uma “nova ordem mundial”, no entanto, os membros do Bric deram-se conta de que suas posições eram demasiadamente divergentes para concordarem sobre quaisquer medidas específicas. A categoria de O’Neill é ampla demais para ser significativa.

O que o sucesso da marca Bric realmente mostrou é que os acadêmicos e investidores não são os únicos a buscar uma categoria que possa capturar a realidade. Chefes de Estado anseiam, igualmente, por uma maneira significativa de compreender o mundo. Os quatro líderes encontraramse em São Petersburgo essencialmente para “experimentar” a categoria que O’Neill tinha inventado para eles. Em vez de apontar para as semelhanças, seu comportamento refletia o forte desejo de entender a que categoria eles pertenciam. Em um mundo de rápidas mudanças, onde parâmetros tradicionais tais como ocidente e oriente, norte e sul e rico e pobre já não orientam as potências emergentes, colocar o “chapéu Bric” foi apenas outro episódio, embora certamente não o último, na busca complexa de sua identidade e de seu lugar em um mundo que vão, em breve, dominar.

OLIVER STUENKEL é cientista político.

Fonte: O Globo Via Plano Brasil

Medida do Reino Unido poderá ver aeronaves Rafale da França nos porta-aviões britânicos


A decisão do Governo do Reino Unido de equipar com catapultas seus dois novos porta-aviões abriu a possibilidade dos caças franceses Dassault Rafale operarem a bordo das embarcações britânicas, com a reciprocidade das aeronaves inglesas utilizarem o convés de voo do porta-aviões francês, disse o Ministro de Defesa da França Hervé Morin, durante uma entrevista na exibição Euronaval, nesse dia 26 de outubro, na França.

Morin solicitou a sua equipe de militares franceses para verificar se a instalação das catapultas poderia permitir que as aeronaves francesas, como o Rafale, poderiam operar a bordo da embarcação da Royal Navy, e a resposta foi: “Sim, isso é tecnicamente viável,” disse ele aos jornalistas.

Isso abriu uma potencial oportunidade de uma interoperabilidade e de interdependência mútua entre as frotas britânicas e francesas, disse ele. Com tal cruzamento de operações embarcadas veio a possibilidade de uma “permanente presença no mar,” disse ele. “Nós temos uma complementaridade de executar isso.”

Morin, no entanto, disse que a decisão francesa, se fabricará um segundo porta-aviões, chamado de porte-avions 2 ou PA2, será tomada no final de 2012 ou começo de 2013. Até o momento, o Presidente Nicolas Sarkozy apenas disse que tal decisão poderia ser tomada em 2011 ou 2012.

Mas o dinheiro está curto, e as eleições presidenciais serão realizadas em 2012, existindo a probabilidade de que Morin tenha redefinido o nova data, disse um membro da defesa.

Privativamente, os membros da Marinha Francesa estão encantados com a possibilidade de os britânicos operarem porta-aviões convencionais, ao invés de um convés de voo projetado para aeronaves de decolagem vertical como o Sea Harrier.

Um oficial disse que leva algo como 25 anos para se aprender como operar um porta-aviões de verdade. “Eu ficarei feliz se isso for acelerado para 10 a 15 anos” disse o oficial. A Marinha da França, a qual opera com o porta-aviões Charles de Gaulle, poderia ajudar com o treinamento das tripulações britânicas.

A Marinha Francesa tinha estado sem utilizar o Charles de Gaulle por três anos após uma programada revisão do reator nuclear e um trabalho de revisão. Durante este tempo, os pilotos da Frota Aérea da Marinha da França voava nos EUA para manter-se com as horas de voo em dia.

As expectativas são altas de que os anúncios de uma cooperação militar sejam feitos durante o encontro Anglo-Francês no dia 2 de novembro, quando Sarkozy e o Primeiro Ministro Britânico David Cameron se encontrarão em Portsmout, na Bretânha.

Fonte: Defense News – Tradução: Cavok

Morre o ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner


O ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner morreu na cidade de Calafate depois de ter sido hospitalizado nesta quarta-feira após sofrer uma insuficiência cardíaca aguda, informou seu médico pessoal. Ele mantinha grande influência no governo da presidente Cristina Fernández de Kirchner, sua mulher e sucessora. Kirchner tinha sido operado em setembro de problemas cardíacos.

Fonte: AFP

Os americanos criaram o agente 171


A cena parece ter saído de um filme barato. Dois agentes americanos encrencam-se ao desembarcar num país tropical, têm seus passaportes apreendidos e são informados de que devem esperar pela decisão de um juiz. Na cena seguinte eles desaparecem. Como saíram do país? Coisa de heróis de filmes de segunda. Podem ter usado papéis inadequados. Também podem ter dado um daqueles telefonemas misteriosos, recebendo um envelope na portaria do hotel.

Não foi cena de filme. Aconteceu no Brasil. No dia 1º de outubro passado ocorreu um incidente durante o voo 128 da Continental Airlines que partiu de Houston para o Rio de Janeiro. Uma passageira (Fabíola Fantinato) desentendeu-se com as atendentes do serviço de bordo e a tripulação acionou os dois agentes da Transport Security Administration, a TSA, que viajam nas aeronaves americanas para prevenir desordens e até mesmo sequestros. Os policiais, Alan Doyle e Aaron Thomas, imobilizaram a passageira, algemando-a. Ela teria mordido um deles.

Ao desembarcar, os agentes entregaram a senhora à polícia do aeroporto, mas como ela dizia ter sido agredida e apresentara queixa, tiveram seus passaportes apreendidos. Segundo seu advogado, tinha sinais de violência nos seus braços, nas costas e no canto do olho esquerdo. Por ordem de um juiz federal, os agentes deveriam comparecer a uma audiência, marcada para a semana seguinte. A passageira é mulher do juiz estadual Marcos Fantinato.

No dia marcado, viu-se que os dois agentes evaporaram. Segundo uma versão que circula nos Estados Unidos, divulgada pela CNN, eles receavam ser constrangidos por conta do parentesco da senhora. Temiam um malfeito e, para evitá-lo, praticaram outro. Legalmente, não poderiam deixar o país sem os passaportes. Se saíram com documentos inadequados, é uma coisa. Se obtiveram papéis com as autoridades consulares americanas, é coisa pior. Em qualquer caso, se agentes estrangeiros fizerem coisa parecida nos Estados Unidos, seu governo ouvirá poucas e boas.

Talvez o embaixador Thomas Shannon não saiba, mas funcionários do governo americano já protegeram cidadãos encrencados com a Justiça brasileira.

Em 1966 quatro contrabandistas foram presos na Amazônia. Tinham contatos com um poderoso senador e armou-se um carteiraço. O general Vernon Walters, adido militar americano, foi instruído para levar o caso ao seu amigo marechal Castello Branco, presidente do Brasil. Pela narrativa do filho de Castello, dias depois as celas da Polícia Federal amanheceram abertas e os presos sumiram.

Até agora, o governo brasileiro fez de conta que não houve nada com os agentes da TSA. Há uma semana o ministro da Defesa, Nelson Jobim, esteve com Janet Napolitano, czarina da vigilância interna americana e assinou um acordo de segurança aérea. Segundo a assessoria da senhora, não trataram do sumiço. Pena, porque, no mínimo, os agentes iludiram os controles de aeroporto da Polícia Federal e debocharam de uma ordem judicial. No máximo, a embaixada americana, sabendo do ocorrido, contribuiu para a malfeitoria.

O escritor inglês Ian Fleming criou o agente 007, imortalizado por James Bond, com licença para matar. O governo americano criou os agentes 171, com licença para passar a perna nos outros.

Fonte: Folha

China prepara laboratório espacial tripulado até 2020


A China anunciou nesta quarta-feira que irá lançar dentro de aproximadamente dez anos um laboratório espacial adequado a uma ocupação humana prolongada, na esperança de se aproximar dos EUA e da Rússia como potências capazes de chegar à Lua.

A agência estatal de notícias Xinhua informou, citando uma fonte não-identificada do programa espacial, que um laboratório experimental será lançado antes de 2016, para testar equipamentos e técnicas. Mas não ficou claro se esse laboratório seria tripulado por longos períodos.

O programa usará tecnologias existentes, como o veículo espacial Shenzhou e o foguete de lançamento Longa Marcha 2F, disse a Xinhua, sem dar detalhes sobre o tamanho dos laboratórios planejados.

O laboratório espacial tripulado, segundo essa fonte, irá promover o progresso e a inovação científica do país, "melhorará a força nacional geral, e contribuirá de forma importante para a elevação do prestígio nacional".

A iniciativa não deve rivalizar em tamanho com a Estação Espacial Internacional, operada conjuntamente por Rússia, EUA e outros países. Mas o anúncio é um sinal da crescente capacitação tecnológica chinesa.

O governo chinês lançou este mês um segundo veículo orbital lunar e em 2008 se tornou o terceiro país a promover "caminhadas espaciais" de astronautas em órbita.

O país planeja fazer um pouso não-tripulado na Lua em 2012, e trazer amostras do solo lunar em 2017. Cientistas já falaram na possibilidade de enviar uma missão tripulada para lá depois de 2020.

Fonte: Reuters

Vitória no Afeganistão é impossível, diz ex-líder soviético Mikhail Gorbachov


O ex-líder da União Soviética Mikhail Gorbachov disse em entrevista à BBC que uma vitória das forças da Otan (aliança militar ocidental) no Afeganistão é impossível.

Gorbachev afirmou que os Estados Unidos não têm alternativa a não ser retirar suas tropas "se quiser evitar outro Vietnã".

O ex-líder elogiou a decisão do presidente americano, Barack Obama, de começar a retirada de soldados do país no ano que vem, mas disse que os Estados Unidos vão passar por dificuldades para resolver a situação.

"A vitória é impossível no Afeganistão. Obama está certo em retirar as tropas. Não importa o quão difícil isso será", disse Gorbachev.


"TREINAMENTO DE MILITANTES"

Como líder soviético, Gorbachev tomou a decisão de sair do Afeganistão depois de uma guerra de dez anos, em 1989.

Ele disse que, na época, um acordo foi alcançado com Irã, Índia, Paquistão e Estados Unidos.

"Nós esperávamos que os Estados Unidos respeitassem o acordo a que chegamos de que o Afeganistão deveria ser um país neutro e democrático, que teria boas relações com seus vizinhos e tanto com os Estados Unidos como com a União Soviética", disse Gorbachov.

"Os americanos sempre disseram apoiar isso, mas ao mesmo tempo eles estavam treinando militantes -- os mesmos que hoje aterrorizam o Afeganistão e cada vez mais o Paquistão."

Por causa disso, para o ex-líder soviético, seria mais difícil para os Estados Unidos resolver a situação do país hoje.

"Mas qual é a alternativa? Outro Vietnã? Mandar mais 500 mil soldados? Isso não funcionaria."

Segundo Gorbachev, o melhor que a Otan poderia alcançar seria ajudar o Afeganistão a se recuperar e se reconstruir após a guerra.

DEMOCRACIA NA RÚSSIA

Mikhail Gorbachov também disse, durante a entrevista, estar preocupado com a situação política atual na Rússia.

"Estamos no meio do caminho na estrada entre um regime totalitário e a democracia e liberdade. A batalha continua. Ainda há muita gente em nossa sociedade que teme a democracia e preferiria um regime totalitário."

Gorbachov disse que o partido do governo, liderado pelo primeiro-ministro Vladimir Putin, "está fazendo tudo o que pode para se afastar da democracia e se manter no poder".

Putin já teve dois mandatos consecutivos como presidente, o limite máximo no país, antes de se tornar primeiro-ministro em 2008. Ele já indicou que pode se candidatar novamente à Presidência quando o mandato do atual presidente, Dmitri Medvedev, terminar em 2012.

Fonte: BBC Brasil

EUA elogiam modelo de acordo nuclear Moscou-Teerã


Os Estados Unidos não viram problema no fato de o Irã iniciar ontem, com a ajuda da Rússia, o abastecimento do reator nuclear da usina de Bushehr, que deve começar a operar no próximo ano. Ao contrário, de acordo com os norte-americanos, isso deixa claro que o regime de Teerã pode ter acesso à energia atômica sem a necessidade de enriquecer urânio.

Segundo o acordo entre Moscou e Teerã, apenas combustível nuclear fornecido pela Rússia poderá ser utilizado na usina iraniana, que atrasou meses para ser inaugurada. O urânio enriquecido pelos iranianos não poderá servir como combustível para o reator. Caso contrário, violará os contratos assinados entre a Rússia e o Irã.

Além disso, não há como converter a usina para a produção de bomba atômica. O urânio usado em Bushehr foi enriquecido apenas a 3,5%, bem menos do que os 90% necessários para a bomba. Segundo autoridades iranianas, os fins são civis e buscam ampliar o uso de energia nuclear. "Este dia será lembrado porque é a data em que o reator começou a funcionar", disse em meio a celebrações Ali Akbar Salehi, chefe da Organização de Energia Atômica do Irã na usina.

Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, P.J. Crowley, disse que "o fornecimento de combustível pela Rússia é o modelo que o Irã deveria seguir caso queira seguir com a sua ambição para energia nuclear civil". Segundo ele, "o que é mais interessante sobre Bushehr é que o Irã não precisa ter capacidade de enriquecimento doméstico caso suas intenções sejam meramente pacíficas".


Independência

O regime de Teerã discorda de que o modelo russo deva ser o único a ser seguido. Autoridades declaravam ontem que a meta é ter cerca de 20 usinas como Bushehr, capaz de produzir cerca de 1.000 megawatts, para aumentar o uso de energia atômica no Irã. Para alcançar este objetivo, os iranianos dizem ser necessário enriquecer internamente urânio, sem necessidade de depender dos russos.

Fonte: Estadão

RÚSSIA, PARCEIRO INDISPENSÁVEL?


Há visões muito diferentes, no seio da OTAN, sobre a necessidade e forma de fazer progredir o relacionamento com a Rússia. Como conciliar essas visões, sob a forma de uma política coerente, é um dos mais importantes desafios a que o novo conceito estratégico da Aliança deve responder.

A Europa divide-se entre duas posições extremas. Por um lado, os que continuam a olhar a Rússia como uma ameaça à sua segurança e vêm na OTAN a garantia da sua defesa. Por outro lado, os que procuram ativamente um entendimento com Moscou, sob a ideia de que não pode haver, verdadeiramente, uma segurança européia global sem a participação da Rússia; inclui-se nos argumentos deste grupo o papel que a Rússia pode ter na solução dos problemas energéticos da Europa, no médio prazo, pelo menos.
Mas não é apenas por estas diferentes visões no campo europeu que a questão do estabelecimento de uma parceria com a Rússia se tornou muito complexa. É também, em grande parte, pela posição da própria Rússia e dos EUA. Washington precisa, no seu próprio interesse, de melhorar o relacionamento com a Rússia, mas não se mostra disposto a alterar a essência da política de contenção da Rússia – evitar o regresso ao anterior estatuto de potência imperial. No entanto, também não subscreve os receios dos que avaliam a situação a Leste como prioritária para OTAN (são principalmente os três países do Báltico). Os EUA consideram importante a segurança a Leste, mas obviamente não vêem na Rússia uma ameaça à Europa. Pelo que se disse anteriormente, esta posição acaba por em nada ajudar a resolver a divisão entre os europeus.

A postura russa é a principal dificuldade. Logo, em primeira instância, porque nada tem feito - bem ao contrário - para ajudar a enterrar o passado do domínio soviético, para fazer esquecer as razões de queixa que as antigas Repúblicas da União e países satélites conservam desses tempos e impedir que essas lembranças continuem a interferir no futuro. Depois, porque a utilização que Moscou faz dos seus recursos energéticos tem frequentemente contornos de coação, em especial, na vizinhança próxima, aproveitando a dependência em alguns casos quase total que se verifica nesses países (100% em relação ao gás, no caso da Lituânia, Letônia e Finlândia, por exemplo).

Moscou quer uma nova arquitetura de segurança para a Europa. Alega o Presidente Medvedev, que a atual não permite resolver os conflitos com eficácia por excesso de fragmentação na forma como os europeus se relacionam internacionalmente, em matéria de segurança e defesa (OTAN, UE, OSCE, etc.). No entanto, as razões de fundo da sua proposta decorrem de não ter qualquer voz ativa nas duas primeiras instituições, as que, de fato, cuidam da segurança e defesa na Europa.

Moscou já concluiu que os instrumentos de participação que a OTAN lhe tem oferecido não lhe dão qualquer capacidade de participação efetiva, de ser ouvido, de ter influência no respectivo processo de decisão. Aceitou o que lhe foi proposto porque, estando impotente para parar o alargamento da OTAN, viu nos mecanismos que então a Aliança criou - primeiro o “Political Joint Committee” e depois o OTAN/Russia Council - alguma possibilidade de participação útil. Esta esperança levou um primeiro golpe com a crise do Kosovo e depois desapareceu com os alargamentos por que a OTAN passou, em particular, o de 2004 em que nove dos 12 membros admitidos vinham precisamente da área de influência soviética, nomeadamente, os três países do Báltico que constituíam o caso mais sensível para Moscou.

O que o Presidente Medvedev pretende precisamente ainda não se tornou claro, entretanto em avançado com uma proposta de Tratado. Presume-se, que agora, de forma mais realista do que no início deste processo, já não pretende substituir o que existe, nem tentar dissociar a participação dos EUA da defesa da Europa. Em alternativa, defende uma arquitetura que englobe as organizações existentes num novo quadro de compromissos, assente no princípio de que as medidas a implementar têm que ter em atenção os interesses de todas as partes. Refiro-me ao nº1 do artigo 2º da proposta apresentada, regra que, na prática e se aceita, introduziria o direito de veto a, por exemplo, um novo alargamento da OTAN, se a Rússia alegasse que afetaria os seus interesses.

Têm sido dado alguns passos para tentar demonstrar que a organização de segurança existente, incluindo as mudanças recentemente feitas, não está feita contra a Rússia; inclui-se aqui, por exemplo, a mudança de percurso decidida pelo Presidente Obama na área da defesa anti-míssil. Mas a verdade é que também não está a sendo feita com Moscou, pelo menos na óptica do Kremlin, como acima explicado. Aliás, a possibilidade, que continua em aberto, do alargamento da OTAN continuar e, eventualmente, incluir a Ucrânia deixa escassas as perspectivas de melhoria do relacionamento, e menos ainda o estabelecimento de uma parceria com finalidade prática, isto é, que permita aos europeus conseguir o que necessitam em troca do que possam ceder.

Não é este, no entanto, o problema central. A principio, uma parceria com a Rússia na área da segurança européia estará sempre limitada pelo fato desse setor estar centralizado em duas instituições (OTAN e UE) de que a Rússia não faz parte, e com as quais mantém apenas ligações muito tênues. Não se imagina que esta situação possa se alterar proximamente; há explicações dos dois lados que não permitem prever outro desfecho. Da parte da Rússia, porque não é essa a prioridade; como se viu acima, o objetivo de Moscou é a construção de uma nova arquitetura de defesa e não a sua integração na existente. Da parte dos aliados, porque a “desejabilidade” de participação da Rússia na segurança européia, embora consensual para vários países europeus, não tem força suficiente para levar o coletivo a alterar a política de “incorporação”, que tem sido seguida desde o fim da Guerra Fria, por uma estratégia de “integração” implicando a aceitação da inclusão da Rússia nos processos de decisão dessas duas instituições.

Não quer isto dizer que não existe margem de manobra para tentar mudar, de algum modo, esta realidade; existe alguma possibilidade no funcionamento do OTAN-Russia Council (ORC), mas sob condições. O Relatório do Grupo de Peritos refere a principal quando recomenda que a agenda da ORC passe a responder às preocupações de segurança de ambas as partes («Allies should work with Russia to ensure an agenda for the NRC that responds in a frank and forward looking way to the security concerns of both sides ...»). O NRC é o único mecanismo disponível para desenvolver formas de cooperação susceptíveis de se traduzirem por uma maior inclusão da Rússia e induzirem uma maior transparência no relacionamento, isto é, darem uma maior e mais eficaz dimensão ao esforço de “incorporação”. Há, portanto, que tentar dar continuidade a exploração de sua potencialidade, mudando o respectivo estatuto onde necessário.

Parece-me ser também sob uma perspectiva idêntica que a UE tem agora apreciado uma iniciativa da Chanceler Merkel e do presidente Medvedev para a criação do Euro-Russia Political and Security Committee (a qual a França e Polônia já aderiram). Vamos ter oportunidade em curto prazo de verificar até que ponto esta iniciativa européia poderá inspirar a OTAN para seguir um caminho semelhante.

Fonte: Jornal Defesa e Relações Internacionais

Adaptação: Angelo D. Nicolaci

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Mais caças F-5 EM para a Força Aérea Brasileira


Fontes da Força Aérea Brasileira (FAB) ouvidas pela reportagem de T&D neste domingo (24), confirmaram que os onze aviões de combate Northrop F-5E/F-5F Tiger II adquiridos usados da Jordânia e recebidos no ano passado serão modernizados para o padrão F-5EM/FM.

Durante o tradicional Domingo Aéreo no Parque, evento ocorrido ontem nas instalações do PAMA-SP (Parque de Material Aeronáutico do Estado de São Paulo), localizado no Aeroporto Campo de Marte, zona norte da capital paulista, puderam ser vistas as fuselagens de dois F-5F (bipostos) do lote recebido do país árabe em avançado estágio de revitalização. Segundo fontes ouvidas no local, os nove exemplares restantes (oito F-5E e um F-5F) também passarão pelo mesmo processo de revisão geral (IRAN – Inspection and Repair as Necessary) e posteriormente enviados para a unidade da Embraer instalada em Gavião Peixoto (SP), para serem submetidas à modernização.

A reportagem de T&D apurou ainda que a aceleração da revitalização e modernização dessas onze aeronaves de combate tem ligação com os planos de desativação dos doze Mirage 2000C (F-2000) em operação no 1º GDA, marcada para acontecer em 2013. A retirada precoce dos caças franceses do serviço ativo na FAB tem como principal motivo as dificuldades verificadas nas operações de manutenção de seus motores. Os onze F-5EM/FM modernizados provenientes do lote jordaniano deverão servir como tampão até que o 1º GDA receba um novo modelo de avião de combate para substituí-lo.

O programa de modernização dos F-5 EM/FM da FAB já envolveu 46 aeronaves de sua frota, sendo que projeções feitas por especialistas que trabalham no processo indicam que os primeiros sejam desativados somente no final da próxima década.

Fonte: Tecnologia&Defesa via Plano Brasil

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Novo "Tigre" para o Exército Russo e a Polícia Militar do Rio de Janeiro


Uma nova versão do veículo blindado russo "Tigre" foi anunciada pela GAZ. A versão atualizada conhecida como "Tigre-M", será apresentado na Interpolitex 2010, que ocorrerá entre os dias 26-29 de outubro.

O carro foi redesenhado para eliminar os defeitos identificados durante os testes das versões anteriores, bem como aumentar o desempenho dos tigres. O "Tigre-M" tem um motor diesel multi-combustível YMZ 5347-10 turbo e intercooler com uma potência de 215 cv de potência, nas versões anteriores a potência era de 205 cv. Outra melhoria é a proteção balística do motor, que foi aumentada, novo conjunto de diferencial Blocante,novo sistema de freio, novo sistema de ar-condicionado, o número de bancos passou de 6 lugares do modelo de 2005 para 9 lugares no novo modelo.


O GAZ "Tigre-M" pode atingir a velocidade de 140Km/H, além de possuir nova configuração, com novas "escotilhas" nas laterais para uso de fuzil pela tripulação, escotilha no teto além dos vidros das portas como nas versões anteriores. Ainda há versões do modelo "M" designadas SPM-1,MTA-1 e um na versão de Comando.


De Olho no Brasil

Em fevereiro de 2010 o "Tigre" começou a ser testado no Brasil pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. A avaliação esta sendo feita pelo BOPE/PMRJ, o Batalhão de Operações Policiais Especiais, a famosa tropa de elite da polícia fluminense. O "Tigre" será usado no patrulhamento ostensivo e operações táticas, onde irá dividir espaço com os demais blindados da corporação, possuindo o Tigre dimensões mais adequadas para este uso que seus antecessores. De acordo com os resultados da avaliação, pode ser fechado um contrato para aquisição em grande escala deste veículo para a Polícia Militar, e a criação de uma joint-venture com a industria nacional para a produção deste veículo aqui no Brasil, assim espera a Rosoboronexport, empresa responsável pela comercialização de equipamentos militares da Rússia.


A nova versão do "Tigre" ao que tudo indica já recebeu algumas das melhorias identificadas pela avaliação brasileira, afinal este tende a ser o maior cliente deste veículo russo.


Por nosso correspondente Rustam direto da Rússia

Tradução,adaptação e complementação: Angelo D. Nicolaci

GeoPolítica Brasil

Mecton: MAR-1 - Tecnologia Nacional


O míssil MAR-1 (Míssil Anti-Radiação), teve seu desenvolvimento iniciado em meados do ano de 1998, tendo as primeiras fases do projeto sendo executadas pelo CTA (Centro Técnico Aeroespacial) com o objetivo equipar as aeronaves A-1 (AMX) da FAB (Força Aérea Brasileira). O míssil foi concebido para prover nossa força Aérea com uma arma capaz de destruir sistemas de defesa anti-aérea, além de alvos marítimos e terrestres.

Atualmente, de acordo com informações da FAB, o míssil já teria passado pelo teste de separação com a aeronave A-1B do GEEV(Grupo Especial de Ensaios de Vôo).

A principal barreira a ser superada no desenvolvimento desta arma foi o seu sistema de navegação (Plataforma Girométrica), sistema antes inexistente no país. Assim surgiu a necessidade de importação do mesmo, porém, esta tecnologia é considerada sensível e os países que a dominam não praticam a transferência de tecnologia ou a venda deste tipo de equipamento a qualquer país que esteja interessado em comprá-la.

No período de 8 a 12 de dezembro e 2008, foram realizados ensaios em vôo de um Bloco Girométrico Tri-axial (BGT), composto por três Girômetros a Fibra Óptica (GFO), desenvolvidos como resultado do Projeto GIROMAR coordenado pelo IEAv com a participação da empresa OPTSENSYS.

O BGT é um subsistema essencial à navegação do míssil anti-radiação MAR-1, desenvolvido pela empresa MECTRON. Os ensaios em vôo do BGT incorporado ao míssil MAR-1 foram realizados pelo GEEV, durante os primeiros ensaios de vôo cativo desse míssil em aeronave A-1 da FAB.

Testes de funcionamento e operacionalidade foram realizados durante e após a integração do BGT, os quais mostraram o sucesso na integração. Adicionalmente, os testes de funcionamento e operação realizados com o BGT após a série de vôos cativos mostraram o perfeito funcionamento dos GFO, demonstrando o sucesso nos ensaios de vôo cativo.

Desta forma, surgiu a necessidade de se desenvolver a partir do “zero” um Bloco Girométrico miniaturizado a Fibra Óptica com três eixos ortogonais, que fornecia ao computador de bordo todos os parâmetros necessários junto de seus acelerômetros para controle do míssil, garantido assim sua confiabilidade e precisão.

Outros obstáculos também tiveram de ser superados, como a cabeça de busca, que originalmente seria importada dos EUA mas que tiveram de ser desenvolvidas por empresas/órgãos nacionais, devido ao embargo do governo americano sob a alegação de que “não é interessante para a defesa americana o Brasil introduzir armamentos anti-radiação nessa região”.

Posteriormente ao desenvolvimento destas tecnologias em solo brasileiro, cenários simulados provaram que a cabeça de busca do MAR-1 teria a capacidade de detectar um radar de baixa potência a distâncias superiores a 500 km, no entanto, é bastante provável que estejam sendo desenvolvidas 2 cabeças de busca, sendo que cada uma opera em faixas distintas de freqüência, segundo fontes ouvidas pelo Plano Brasil, estas possibilidades ficarão disponíveis e a critério da FAB, que poderá escolher o sistema que melhor localizaria o alvo a ser atacado.

Informações iniciais sugeriam que o míssil teria um alcance efetivo de 25 km, porém estas informações foram logo desmentidas pela própria Mectron alegando que afirmava:

“Isto está totalmente fora da realidade, são dados de um estudo aerodinâmico que não foram atualizados.

O alcance atual, demonstrado em testes, é muito, mas muito maior que isso, e vamos melhorá-lo ainda mais.

Para que se possa ter uma idéia, há pouco tempo efetuamos um teste com um novo motor que era tão potente que derreteu o bocal de exaustão e a porção traseira do míssil, fazendo com que tivéssemos que reprojetar tudo. Agora, um número real e definido eu não posso fornecer. É sigiloso”…

Sua espoleta de proximidade foi desenvolvida pela empresa Opto Eletrônica, que além de fornecer equipamentos para o MAR-1, fornece também lentes, espoleta de proximidade e espelhos para os mísseis MAA-1 e MAA-1B.

O desenvolvimento desta arma permitiu a criação de 6 setups (modo de operação) que podem ser empregados na versão final do míssil, entre estes 6 modos, destacam-se aqueles que fazem a busca autônoma de alvos realizada pela própria cabeça de busca, que automaticamente capta as emissões eletromagnéticas em seu campo de visão e as classifica como “amigas” ou “inimigas” e as apresenta para o piloto, que faz a seleção do alvo, ou pode –se contar também com uma ampla biblioteca na memória do míssil para localizar um alvo em específico dentre os demais.

Desta forma, cabe apenas a FAB selecionar quais destes set ups serão devidamente incorporados e quais serão descartados.

Tendo em mente tais características do míssil, a FAB vai empregá-lo em aeronaves de alto desempenho contra radares diretores de tiro ou radares de vigilância, porém persiste a dúvida sobre o provável emprego do míssil como arma anti-AWACS, algumas fontes citam a capacidade Ar-Ar do míssil que poderia ser empregue contar aeronaves de alerta antecipado.

Seu real alcance é desconhecido, algumas fontes apontam para valores da ordem de 75 km de alcance, visto que o míssil sofreu várias alterações em seu projeto inicial, como a instalação de um motor mais potente, citado anteriormente.

Seu guiamento é do tipo passivo, sua espoleta é ativa a laser, tem um peso total de 274 kg, com a cabeça de guerra pesando na ordem dos 90 kg, tem um comprimento total de 4030 mm, um diâmetro de 230 mm.

O ângulo de visada é de aproximadamente 60º, fazendo com que a angulação de apresentação seja executado pelos lóbulos laterais da antena do radar alvo, com uma velocidade compatível entre Mach 0,5 e Mach 1,2.

Existem no mercado poucos mísseis semelhantes ao MAR-1, entre eles, destacamos o Shrike (EUA), Standard Harm (EUA), Alarm (Inglês) e o Armat (Francês).

Recentemente, um lote de 100 mísseis foi vendido ao Paquistão, em um negócio orçado em aproximadamente 85 milhões de dólares, cabe ressaltar que a versão comercializada internacionalmente difere da versão brasileira, tanto em autonomia, como em alcance de detecção entre outros perfis técnicos.

Este negócio causou um certo mal estar em relação a Índia, parceira do Brasil no bloco econômico BRIC’s, porém uma reunião extraordinária da CAMEX (Câmara de Comercio Exterior) aprovou a venda dos mísseis para o Paquistão, justamente na mesma época da reunião a Índia acusava o governo do Paquistão de responsabildiades nos atentados de Munbai.

Nesta altura um recuo do governo Brasileiro em relação a venda poderia ter sido um tiro no próprio pé, como muito bem atribuiu o ministro da defesa Brasileiro, Nelson Jobim:“O negócio é com o governo paquistanês, e não com terroristas do Paquistão. Se cancelássemos o negócio, estaríamos atribuindo ao governo paquistanês atividades terroristas.”.

Como parte do acordo entre Brasil-Paquistão a parte Paquistanesa iria direcionar investimentos na área de produção do míssil, aumentando a escala de produção da Mectron de apenas 1 unidade mensal para aproximadamente 5 unidades mensais, garantido assim o suprimento deste armamento para as forças aéreas de ambos os países.

Como é óbvio, este tipo de míssil concede a Força Aérea Brasileira certa supremacia tecnológica em relação aos demais países da América do Sul, pois equipamentos similares a este são exclusivos a poucos países, desta forma ,a indústria nacional vai garantindo assim a integridade da soberania nacional.

A arma desenvolvida pode ser classificada como em estado-de-arte, a Força Aérea e a Mectron atingiram um nível considerável com este tipo de desenvolvimento.

Entretanto, não se deve deixar a “carroça passar”, faz-se necessário partir para novos projetos que garantam a futura independência de fornecedores externos, é necessário nacionalizar todos os componentes utilizados nestes mísseis e em outros quaisquer que sejam desenvolvidos.

Versões mais modernas e com capacidades acrescidas devem vir sequencialmente dando continuidade aos desenvolvimentos alcançados no MAR-1, preenchendo assim a necessidade de se ter Forças Armadas efetivamente capazes de cumprir as suas atribuições constitucionais.


Autor: Lucas Urbanski - Plano Brasil parceria GeoPolítica Brasil

Colômbia e EUA passam a nova fase de relações bilaterais


Colômbia e Estados Unidos levaram nesta segunda-feira as relações bilaterais para uma nova fase, incluindo na agenda diplomática assuntos diferentes da luta contra as drogas e o terrorismo, como direitos humanos, energia e ciência e tecnologia.

Os novos itens na agenda política bilateral foram discutidos em reunião entre o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e o subsecretário de Estado americano, James Steinberg, durante uma audiência na Casa de Nariño, sede do Executivo colombiano, em Bogotá.

A visita de Steinberg à Colômbia "é muito importante, porque é o início de um replanejamento entre os dois países quanto a suas relações", afirmou Santos em declarações feitas à imprensa na sede do Governo.

É um replanejamento que busca que "Estados Unidos e Colômbia se transformem em verdadeiros parceiros estratégicos em muitos temas tradicionais e outros temas novos", acrescentou o governante, que já havia discutido a nova agenda durante encontro no mês passado com seu colega americano, Barack Obama, na sede das Nações Unidas em Nova York.

O acordo deu lugar ao chamado Diálogo de Alto Nível Colômbia-Estados Unidos, que reuniu hoje uma delegação de 45 altos funcionários americanos com seus homólogos ou equivalentes colombianos, no Ministério das Relações Exteriores em Bogotá.

Steinberg lidera esta missão, da qual também fazem parte o subsecretário para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Arturo Valenzuela, e o embaixador americano em Bogotá, Peter Michael McKinley.

O novo roteiro marcado pelos dois Governos "deve ser a oportunidade não somente para melhorar a relação entre Colômbia e Estados Unidos, mas também na região", ressaltou Steinberg.

"À medida que continuarmos com este novo diálogo, seguiremos enfatizando no combate às drogas e à criminalidade, que nos últimos anos foi tão bem-sucedida", afirmou Steinberg, que chegou no domingo a Bogotá.

O subsecretário de Estado ampliou sua definição deste replanejamento nos laços bilaterais após inaugurar, junto à chanceler colombiana, María Ángela Holguín, o Diálogo de Alto Nível, que terá uma segunda rodada no primeiro semestre do ano que vem, nos Estados Unidos.

"Esta visita representa uma nova fase da relação entre as duas nações, na qual se continuará a ênfase pela segurança e contra as drogas, mas se ampliará para outros temas de interesse comum", destacou Steinberg.

Fonte: EFE

ONU vota pela 19ª vez resolução contra embargo dos EUA a Cuba



Os 192 países-membros da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) votarão novamente nesta terça-feira uma resolução de condenação do embargo comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos a Cuba há quase 50 anos.

A reunião será a 19ª ocasião consecutiva na qual o governo cubano apresenta na ONU um projeto de resolução para pedir o fim das sanções americanas contra a ilha.

No ano passado, uma resolução similar foi aprovada com os votos favoráveis de 187 países, três contrários (EUA, Israel e Palau) e abstenções de Ilhas Marshall e Micronésia.

Para a rodada de votação desta terça-feira, espera-se um respaldo parecido da comunidade internacional ao documento que será apresentado pela delegação cubana, que será liderada pelo chanceler Bruno Rodríguez.

Na apresentação de um relatório sobre os efeitos do embargo em Havana, no mês passado, o titular de Exteriores cubano lamentou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tenha ficado "muito abaixo das expectativas" criadas sobre uma possível mudança na política de seu país para com a ilha caribenha.

Rodríguez ressaltou que considera Obama um "político inteligente e honesto" que, devido a prováveis razões de política interna, mantém o bloqueio que "afasta os Estados Unidos de seus interesses nacionais e trai os melhores interesses do povo americano".

O chanceler destacou que seu país "trata o presidente Obama com todo respeito". No entanto, ele criticou que, após ter anunciado uma mudança de política para Cuba e prometido que ouviria seus aliados, a política de Obama se traduz em "um abismo entre seu discurso e seus atos em relação a Cuba".

Segundo o relatório do governo cubano, o embargo imposto em 1962 acarretou danos econômicos diretos ao povo cubano de US$ 100 bilhões a preços correntes, que equivalem a US$ 239 bilhões tomando como base a inflação de preços no varejo americano ou de US$ 751 bilhões ao se medir em termos da cotação do ouro no mercado internacional.

O documento também contesta a impossibilidade, por causa das sanções, de adquirir placas de iodo radioativo, temozolamida e contraste iodado não-iônico.
Segundo o texto, isso faz com que os tratamentos contra câncer e outras doenças sejam muito mais custosos para o regime cubano e menos precisos, algumas vezes pondo em risco a saúde dos pacientes e particularmente das crianças.

Obama, durante sua campanha presidencial, havia declarado intenções de melhorar as relações entre EUA e Cuba, frente às várias medidas de embargo contra Havana impostas por Washington entre 1959, quando Fidel Castro assumiu o governo da ilha, e 1962, pior momento histórico da diplomacia bilateral.

A votação desta terça-feira ocorre um dia depois da decisão adotada pelos ministros de Exteriores da União Europeia (UE) de estabelecer contatos políticos com Cuba e começar a explorar vias para uma nova aproximação com a ilha.

Fonte: EFE Plano Brasil e Geopolítica Brasil.

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