terça-feira, 5 de outubro de 2010

Chery terá centro de pesquisas para desenvolver motores flex e elétricos no Brasil

Em entrevista ao site EXAME, o presidente da montadora no país detalha os planos para que a empresa ganhe mercado

Marcio Orsolini, de EXAME.com
05/10/2010 | 17:33
Divulgação
Luis Curi: presidente da montadora no Brasil quer alcançar 3% do mercado em 2013
Salto (SP) - Ainda é incomum ver trafegando pelas ruas os modelos da montadora chinesa Chery. No entanto, o ritmo de crescimento vem aumentando. Em outubro a empresa fechou o segundo mês consecutivo acima da marca de 1.000 unidades vendidas. Trata-se de um bom resultado para a companhia que chegou ao país há pouco mais de um ano. Para dar continuidade à estratégia global, a montadora, presente em 70 países, não podia deixar o Brasil de fora.

Hoje o país é o quarto do mundo em vendas de veículos -- e o primeiro para a Chery no mercado internacional. O bom desempenho da empresa fez com que os chineses decidissem construir uma fábrica e um centro de pesquisas no interior paulista, o primeiro fora da China. Os investimentos ainda não foram calculados. Para crescer, a montadora está desenvolvendo motores flex para seus modelos – algo imprescindível para conquistar o consumidor brasileiro.

Em entrevista ao site EXAME, o presidente da unidade brasileira Luis Curi, conta que a fábrica de Jacareí, a 70 quilômetros da capital paulista e avaliada em 400 milhões de dólares, produzirá dois modelos: os utilitários S18 e o A13, a partir de 2013, quando as obras devem ser concluídas. Serão 170.000 unidades por ano. Os outros quatro modelos que compõem o portfólio brasileiro da empresa continuarão sendo importados. Confira a entrevista.

EXAME - Como se diferenciar num mercado onde Ford, Fiat e Volkswagen têm participação de quase 80%?
Luis Curi -
Acredito que essa concentração das montadoras não vai durar por muito mais tempo. Outras chinesas e coreanas estão vindo com força também. A nosso favor, está o design dos carros assinado por estúdios internacionais como os italianos Bertone e Pinifarina (responsável pelos projetos da Ferrari e Masseratti). Mas o nosso maior diferencial no Brasil é o preço 30% mais baixo do que a concorrência, com itens de série como CD player, airbag, freios ABS, sensor de ré, em todos os carros. A China também se tornou algo fashion. Outro ponto foi a confiança dos grandes grupos de concessionárias que acreditaram na marca para que o consumidor se sentisse mais confortável. Com isso, esperamos chegar a 3% de mercado já com a fábrica em 2013. Hoje temos 0,30%. Vamos buscar o dobro no ano que vem, com a chegada do QQ, um modelo de 20.000 reais.

EXAME - Por que montar uma fábrica no Brasil, que tem um custo de produção 30% mais alto, quando o diferencial é o baixo custo chinês e o dólar atual favorece a importação?
Curi -
Com uma fábrica no país, não estaremos suscetíveis a uma oscilação do dólar. Além disso, para trazer um carro para cá, são 45 dias de transporte pelo mar, o que implica em custos. Eliminaremos também os 35% de imposto de importação e os 25% pagos para a marinha mercante.




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Fonte: Revista Exame

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